Jesus Ungido em Betânia
Na visão de Marcos
“E, estando ele em Betânia, assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher, que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. E alguns houve que em si mesmos se indignaram, e disseram: Para que se fez este desperdício de unguento? Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros, e dá-lo aos pobres. E bramavam contra ela. Jesus, porém, disse: Deixai-a, por que a molestais? Ela fez-me boa obra. Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes. Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória.” Marcos 14:3-9
Verso 3: Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, vindo uma mulher trazendo um vazo de alabastro, derramou o bálsamo sobre a sua cabeça.
Nota: Uma mulher
Na visão de João
Sabemos que a mulher era Maria, irmã de Marta e Lázaro, onde lemos: João 12:3 – “Então Maria, tomando um arrátel (libra) de unguento (bálsamo) de nardo puro, mui precioso e de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e lhe enxugou os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do bálsamo.”
Estando em casa de Simão o Leproso
Entendemos que Simão não era mais portador da lepra, estava limpo. Do contrário estaria isolado.
Mesmo aqui, podemos receber uma preciosa lição.
Por ser a lepra a representação do pecado, mesmo curado, Simão é mencionado e lembrado sobre o mal que o possuíra no passado.
É como o pecado que após cometido tem um alto custo e por isso convém evitá-lo. Estamos esperando a breve chegada do Senhor entre nuvens, vivendo de tal modo que não haja preocupação de quando Ele venha, por estarmos sempre prontos e em perfeita comunhão para esse encontro. MARANATA!
Ao crente não é oferecida a capacidade de saber, de antemão, o dia da volta do Senhor Jesus Cristo. Deve estar sempre pronto e em constante vigilância.
Sobre a ação de Maria
Quebrando o vaso de alabastro com preciosíssimo perfume.
Alabastro: Espécie de mármore branco, translucido, escolhido pelos antigos para fazer recipientes para guardar perfumes. Aquele vaso continha preciosíssimo perfume de nardo puro. Maria quebrando-o derramou o balsamo sobre a cabeça de Jesus. Perfume que não era somente preciosíssimo, mas caríssimo e raríssimo.
Nota: Maria não abre o vaso, mas quebra-o. E quebrando-o não houve maneira de recuperar-se nem mesmo o restante que costumava ficar no fundo dos recipientes.
Valor do perfume – Trezentos Denários, que era equivalente ao valor aproximado de um ano de trabalho.
Foi uma ação bela, apropriada, cheia de amor generoso e desinteresse, indicando uma fé genuína ao derramar o preciosíssimo nardo sobre a cabeça de Jesus.
Versos 4 e 5: “E alguns houve que em si mesmos se indignaram, e disseram: Para que se fez este desperdício de unguento? Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros, e dá-lo aos pobres. E bramavam (murmuravam) contra ela.”
Nota:
Falsa Caridade:
- Caridade para os pobres;
- Desperdício para Jesus.
Devemos primeiramente entender que a Salvação vem do Senhor e não de obras sociais.
Diferença de Maria para os discípulos:
- Discípulos – Dinheiro;
- Maria – Coração em Jesus.
E murmuravam contra ela:
Maria não se altera e nem teme as críticas ao servir ao Senhor. Queria somente agradar a Deus.
Sua perseverança em servir ao Senhor vence todas as críticas. O seu desejo era somente agradar a Deus. Tão diferente de muitos hoje, que estão interessados e envolvidos na aparência, no social que só agrada aos homens.
Maria entendia que sua salvação só poderia vir do Senhor, e não pelas obras anulando a salvação pela GRAÇA, favor imerecido.
Nota:
As obras, a caridade são necessárias e imprescindíveis, mas acompanham os salvos.
Fazemos ou praticamos as boas obras, por sermos salvos e não para sermos salvos. Apocalipse 14:13 – “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.”
Obs.: As fadigas resultam da grande adversidade que os salvos enfrentam, especialmente na força concentrada do Anticristo.
São bem-aventurados os que aguardam a vinda de Cristo com vidas santas e lavaram as suas vestiduras no Sangue do Cordeiro.
Versos 6 a 8: “Jesus, porém, disse: Deixai-a, por que a molestais? Ela fez-me boa obra. Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes. Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória.”
Jesus se coloca como o mais hábil advogado de Maria.
“Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou uma boa ação para comigo.” Indica uma bela ação apropriada para aquele momento.
Porque os pobres sempre os tendes convosco, e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes. Maria fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura.
Nota: Maria fez o que pôde.
Que lição apropriada para os crentes nesse tempo do fim.
Estamos realmente fazendo o que podemos em prol do Reino de Deus? Amando a Deus sobre todas as coisas? Maria fez no tempo certo e fez o melhor para a pessoa certa.
Nota: Maria não participou da ação das mulheres quando levaram perfumes para Jesus no túmulo. Estas chegaram tarde. Encontraram o túmulo vazio e ouviram dos anjos: Ele não está mais aqui.
Quantos hoje, recebem mais flores quando morrem do que quando vivos. Considerados imperfeitos em vida e perfeitos quando morrem.
Encerrando
Maria fez para sua posteridade aqui e na eternidade.
Quando Jesus foi crucificado, tendo sido antes açoitado no pretório de Pôncio Pilatos, recebendo a coroa de espinhos, no meio da pior maldade que um ser humano pode sofrer; Homem de dores, em todos os momentos em que derramava o seu sangue, podia-se sentir o bálsamo perfumado de nardo puro de uma pecadora que ungira o seu corpo.
O que estamos fazendo em prol de nossa posteridade aqui e na eternidade? Como estamos lidando com o corpo de Cristo?
Versos 9: “Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória.”
De que lado estamos?
- Judas – Motivado pela avareza, trai o seu mestre.
- Maria – Motivada pelo amor, oferece o preciosíssimo perfume.
Em 1 João 5:20 – “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”
2 João 1:9 – “Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho.”
Considerações Finais
O Senhor Jesus Cristo, mesmo quando a morte se aproximava, não se deixou envolver pela tristeza, afastando-se dos homens, mas se alegrava com Seus amigos como de costume.
Jesus veio para os Seus e os Seus não O receberam. Contudo tinha alguns amigos, mesmo em Jerusalém e arredores, que O amavam e anelavam servi-lo. Entre eles se mencionam Simão o leproso. Julgamos provável que era um dos que Jesus curara da lepra e que desejava hospedá-lo e demonstrar sua gratidão. E Simão, apesar de ficar limpo, continuou a ser conhecido como Simão, o leproso.
A mulher ungiu a Jesus com todo o precioso perfume. Devemos agradecer-lhe por tudo que possuímos, principalmente com o que é de maior valor, a nossa salvação, amando-o de todo o nosso coração.
Quanto aos que se indignaram e disseram: Para que todo esse desperdício de unguento? Lembremo-nos que nunca faltou pessoas que clamam contra tudo que consideram excesso em servir a Cristo. Estes deviam meditar em João 15:5, que sem Jesus, nada se pode fazer. (simplificado)
A mulher não deu atenção às criticas, não mudou as suas ações ou atos de serviço, ou sacrifício por Cristo.
Que preciosa lição recebemos quando vemos a glória do amor da mulher cortar a negra sombra do ódio e avareza de Judas, acentuadas pelo resplendor do ato da mulher.
O louvor dos homens perece em pouco tempo. Os seus atos e honras próprias são esquecidos. Mas esse ato da mulher perdura para sempre. Os que honram a Cristo, são honrados eternamente.
Nota Final: Essa mulher ao ungir o corpo físico, humano de Jesus para a morte, para a sepultura, ela espiritualmente, estava ungindo o seu próprio corpo, morrendo com Ele, para ressuscitar com Ele. Foi ela que morreu n’Ele para viver com Ele eternamente. Amém.
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